sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Missão Pacifico-Santiago


Trinta e tal horas de viagem. Isso mesmo !!! Mais de trinta horas de viagem entre mini-bus e autocarros foi o que nos custou ir directamente do Futalefeu à vila costeira de Pichilemu com o intuito de carimbarmos um banho nos mares do Pacifico. O nosso maior desejo era conseguirmos juntar a esse banho uns momentos de kayaksurf nas praias dessa localidade. Bem cedo chegamos e bem cedo arranjamos um local barato e com boas condições para assentarmos arrais. Um mini complexo de moradias de dois andares em banda, com algumas regras restritas que logicamente foram logo quebradas na primeira noite. Nada de outro mundo, afinal estavamos numa zona de surf e juventude. Pichilemu é uma vila pequena com meia dúzia de estradas alcatroadas e outras tantas em terra batida. Restaurantes, bares, lojas de sumos e cachorros/hamburgueres é o que não falta pelas suas artérias. Muitas pessoas de um lado para o outro, quase na totalidade a vir ou a ir para a praia durante o dia e a passear entre esplanadas e restaurantes durante a noite. Apesar de ser um local de muita afluência acaba por ser uma terra pacata, aonde não existem edificios com mais de dois andares e tudo se desenrola com a maior das tranquilidades. A noite é agitada mas sem grandes enchentes, e oferece um cardápio variado em termos de bares e discotecas. Porém a marca forte de Pichilemu é a qualidade das ondas que tem para oferecer a quem se dedique a este tipo de desportos. Sábado à tarde, e depois de procurarmos por kayaks para alugar, lá encontramos uns sit on top de dois lugares para nos fazermos ao mar. O Paulo e o Dimas aproveitaram para matar o vicio enquanto o Jimmy ia resgatar o Inverno a um pseudo-cyber-coffe de modo a ter companhia para outro barco. Porém devido às horas não foi possivel alugar o petroleiro planeado. Num acto de despero e confiando numa miragem resolvemos inspecionar o fim da praia pois bem lá ao fundo pareciam existir uns objectos que flutuavam. Bingo !!! Uns sit on top individuais esperavam por alguém para poderem surfar as ondas que por ali haviam. O mar já tinha estado melhor mas ainda dava para curtir umas paredezitas e uns drops porreiros. E assim foi, depois de uma bela noite, e antes de outra ainda melhor, uma surfadela nas águas do Pacifico. Confesso que foi uma surpresa a água do mar ser mais fria do que a dos rios mas pouco importa quando as temperaturas ao sol são tórridas. Nessa noite aproveitamos para conhecer bem a noite e a discoteca 127 que por todos era aconselhada. Sem dúvida um ambiente de festa, não fossem os chilenos latinos, e sempre a bombar sons quentes da América do Sul. De quando em vez uns Hits Europeus e uns Pimbas Chilenos. Pouco importava, a noite era de festa.


Manhã seguinte era hora de zarpar para o nosso último destino. Queriamos pasar algumas horas a vadiar pelas ruas de Santiago antes de nos enfiarmos aproximadamente 24 horas em dois aviões. Por volta das três chegamos novamente à capital do Chile, onde tudo tinha começado. Na mesma gare aonde haviamos apanhado o primeiro autocarro a caminho de Pucón, lá estava o canto vazio que semanas antes nos tinha acolhido em berrarias frenéticas fruto do inicio de grandes dias. Era já uma sensação de saudade a emergir mas também de alegria pois a missão estava terminada e tudo havia corrido bem. Seguimos para o metro e tomamos o caminho do centro. Estava um calor insuportável. Era impossivel caminhar ao sol e por isso decidimos repousar um bocado pelas sombras de um jardim repleto de jovens a vender roupas e registos musicais. Tipo feira da ladra mas mais branda. Muita mais calma e tudo dentro da legalidade. Junto a este jardim decorria uma sessão de teatro de rua. Era gratuito e qualquer grupo, ou individuo, podia apresentar o seu espectáculo naquele espaço que pertence ao Museu das Belas Artes. Seguimos o nosso passeio sem perceber que tudo isto acontecia porque era o ultimo dia de um festival de teatro muito importante a nivel nacional e mundial. No entanto foi impossivel continuar na ignorancia quando à noite numa das principais praças de Santiago assistimos a um espéctaculo único, deslumbrante e grandioso. Imaginem rodas de 8 metros de altura, uma mulher marionete de cobre com 10 metros de altura, dezenas de homens pendurados por cordas a torcerem-se todos bem lá em cima, gruas de 500 Toneladas, edificios iluminados com cores estranhas, instalações de fogo, e tudo isto ao som de ritmos fortes onde a percurssão marcava uma presença a roçar a loucura. No fim fogo de artificio para celebrar o fim de mais um festival internacional de teatro. Claro que para nós era a nossa festa de despedida deste belo e inesquecivel pais que tão bem nos recebeu e a qual todos fazemos questão de um dia voltar. Jimmy e Inverno comentam : "Porra !!! Isto parece os Fura del Baus mas numa escala muito maior. Tudo é enorme.". No dia seguinte, à entrada do avião, a capa do um vespertino famoso chileno informava em letras bem grossas : "Fura del Baus arrassa ruas de Santiago". Quem mais podia ser ? Entramos para o avião e descansamos. Não sei ler os pensamentos, nem quero, mas a familia e os rios portugueses decerto que ocupavam uma boa parte do cérebro de todos nós. O que importa é viver a vida. Se possivel bem, feliz e com base na amizade. Sempre na amizade. Aterramos no Porto e uma certeza tinhamos: "Até qualquer dia num rio perto de nós."





Meio de transporte turistico em Pichilemu




Sumos naturais por todo lado. Baratos e bons !!!




Mariscal. Uma das várias delicias com mariscos e bivalves.





Paulo e Dimas a riparem umas ondecas.





O mesmo team a finalizar uma tarde de surf.





Inverno a aproveitar a onda até à última.





Jimmy a curtir largo com o seu big sit on top.





Ruas de Pichilemu.




Sai umas ameijoas a maneira Tuga. Do best !!!





Santiago by day.





Santiago moderno e antigo.





Noites quentes em Santiago do Chile !!!





Fura del Baus - Roda Humana.





Fura del Baus - Mujer de Cobre.






Fura del Baus - Cenário único.





Santiago a despedir-se da turma portuguesa ;)






Murais por todos os lados - Talho.






Tudo se pinta para publicitar o negócio.






Mural de um centro naturista.




Talho outra vez ? Nan ... é mesmo um veterenário.






Algures no céu a caminho de Portugal.


2 comentários:

  1. Pelas fotos e narrativa , vós fostes ao reino dos deuses. Navegastes e caminhastes por sitios de magia, tipo Avalon. Tudo é lindo, tão lindo que pensava já não existirem neste planeta locais paradisiacos como os que foram mostrados por vocês.
    Eu e penso que todos os que virem as fotos da vossa viagem só poderão dizer "Obrigado por nos mostrarem que neste planeta ainda existe ar puro, agua limpa, floresta natural, enfim,um mundo diferente para melhor do que aquele com que temos de conviver no dia a dia para sobreviver".
    Parabéns pela vossa coragem e por mostrarem que a verdadeira beleza do mundo não se resume a sitios como Lisboa, Madrid, Paris, New York, Caraíbas, etc...
    Continuem!
    Aquele abraço
    Sotero Inverno

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  2. Agora, agora é hora de ressaca. E que ressaca!
    A todo o team desta expedição: Acelerem!
    E lembrem-se, na vida como no rio, vamos indo e vamos vendo...
    Tripé!

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